Por: Klever Kolberg ligado: dezembro 27, 2009 Em: Rally Dakar Comentários: 1

Troquei a competitividade pela atitude

Por Klever Kolberg,

Dois anos atrás, antes da largada do Rally Dakar 2008, eu estava passando mal. Minha concentração estava falhando, meu sono sumiu e os pesadelos deram as caras. Era uma crise de abstinência. Pela primeira vez, depois de 20 anos consecutivos, não participaria do Rally Dakar. Mas no dia 04 de janeiro de 2008 veio uma surpresa ainda pior. O rally foi cancelado devido a ameaça de ataques terroristas.

Klever Kolberg

Klever Kolberg

 

Dias depois a organização da prova anunciada o novo destino, a mesma aventura num novo cenário, a América do Sul. Então decidi batalhar por dois objetivos, nada pequenos. Primeiro, levar o primeiro carro a competir utilizando etanol, energia limpa, no Dakar. Segundo, fazer o Brasil ser parte do percurso.

Passados dois anos, consegui marcar um destes dois gols. No dia 01 de janeiro de 2010, estarei largando ao lado de Giovanni Godoi, no Mitsubishi Pajero Sport Flex da equipe Valtra Dakar Eco Rally, abrindo um novo caminho no mundo do Dakar, o da sustentabilidade.

A idéia inicialmente parecia simples e fácil, afinal temos toda a tecnologia aqui no Brasil: o etanol de cana de açúcar, a tecnologia Flex, os pneus Pirelli, o carro fabricado em Catalão – GO e uma equipe comprometida de engenheiros e mecânicos trabalhando duro para preparar tudo.

Na verdade, ou na realidade as coisas foram um pouco mais complicadas. Este é um projeto pioneiro, e como em qualquer pioneirismo, tem de se conviver com erros. Desculpe a comparação, chega a ser falta de modéstia, mas lembrem da corrida a lua, entre americanos e soviéticos. Muitos foguetes não atingiram o destino.

Então, além da dificuldade da montagem de logística para levar etanol a Argentina e Chile, das inúmeras peças fabricadas pela primeira vez, já que este modelo de carro e motor nunca haviam sido utilizados nesta competição, também tive de tentar alterar a programação do meu DNA. Ele tem origem competitiva, mas agora é hora da transformação, de colocar a atitude em primeiro lugar, afinal o objetivo de levar o etanol ao Dakar, é mostrar para o mundo todo que existe uma energia verde, limpa, renovável, e o mais importante, disponível, que pode ser utilizada imediatamente, e que com a participação de todos, podemos fazer a diferença.

Então está não é a 22 segunda participação de Klever no Dakar. Esta é especial, esta é para escrever uma nova história, mudando o rumo, que está nas nossas mãos.  Vamos lá provocar e aprender, para depois multiplicar este aprendizado.

 

O piloto de rali Klever Kolberg, que participou 21 vezes do Dakar, dez de moto, 11 de carro e uma como chefe de equipe. Ele escreve a partir de hoje artigos exclusivos sobre os bastidores da maior e mais difícil competição off road do mundo. A 31ª edição da prova começa no dia 1 de janeiro de 2010 em Buenos Aires e chega na mesma cidade no dia 17.

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1 Comentários:

    • elizabeth lopes de silos
    • janeiro 07, 2010
    • Responder

    Olá! Um grande abraço.Elizabeth

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