Por: Klever Kolberg ligado: janeiro 13, 2010 Em: Rally Dakar Comentários: 0

A vinda do Rally Dakar para a América do Sul acabou criando um das perguntas mais freqüentes a que respondo desde o final de ano de 2008, quando me preparava para ir à prova como chefe da equipe Mitsubishi Brasil: “Qual a diferença entre o Dakar na África em comparação com o percurso na Argentina e Chile?”

Acho melhor começar respondendo ao que não perguntaram, falando das semelhanças. O Rally Dakar – Argentina – Chile segue o mesmo regulamento da versão africana, tem os mesmos organizadores, tem os mesmos números (mesmo número de competidores, mesmo número de etapas – 17, mesma distância a ser percorrida – cerca de 9.000 km).

Ainda no campo das similaridades, podemos falar em qualidade. Por manter os organizadores a prova continua sendo muito bem organizada, com divulgação e prestígio enorme. Inclusive comenta-se uma esperança de no futuro voltar à África, esperança que compartilho com tremendo temos, já que o risco seria enorme, especialmente de um cancelamento da prova ou de um ataque terrorista.

Do lado dos competidores, a qualidade continua, as principais equipes se mantiveram, uma ou outra, como aconteceu na F1, devido à crise econômica, foi desmontada. Mas a participação de sul-americanos cresceu bastante, tanto que desta vez, 25 estavam alinhados na largada.

A mudança maior foi de cenário. Já era de se imaginar que os espaços teriam maiores limites. Na África é comum a sensação do mar de areia. Já na América do Sul temos montanhas, plantações, áreas de preservação e outros tipos de limitações, dando a falsa impressão de maior segurança.

Mas a grande surpresa, tanto para os competidores como para os organizadores foi o tipo de solo. Já se sabia que a areia poderia ser diferente, mas talvez pela maior concentração dos veículos, ela sofreu uma grande degradação provocada pelo rastro dos veículos. Se por um lado a navegação estava mais tranqüila, já que na maioria do tempo andamos em trilhas já existentes e bem marcadas, por outro lado, com tantas rodas passando, os rastros se transformaram em profundas valetas, provocando uma dificuldade de transposição totalmente inesperada, forçando a organização da prova a inclusive reduzir o percurso em certas etapas.

Então, resumindo, a competição continua a mesma, muito dura, a aventura também é grande, apenas mudou o cenário.

O piloto de rali Klever Kolberg, que participou 21 vezes do Dakar, dez de moto, 11 de carro e uma como chefe de equipe. Ele escreve a partir de hoje artigos exclusivos sobre os bastidores da maior e mais difícil competição off road do mundo. A 31ª edição da prova começa no dia 1 de janeiro de 2010 em Buenos Aires e chega na mesma cidade no dia 17.

Comandado por Klever Kolberg (piloto) e Giovanni Godoi (navegador) no Rally Dakar 2010, o Valtra Dakar Eco Team é patrocinado por Valtra, BASF, Mitsubishi, Cosan, Unica, Pirelli, Fremax e Magneti Marelli, e apoiado por Artfix, Sparco e Waiver.

por Klever Kolberg

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